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PASSOS – A Santa Casa de Misericórdia de Passos realizou no dia 10 de março de 2025 a primeira cirurgia de implante coclear da cidade, marcando um avanço inédito para a medicina regional. O procedimento foi realizado em um paciente de quatro anos com diagnóstico de surdez congênita.

A equipe médica foi liderada pelo otorrinolaringologista Dr. Alexandre Ordones, com a participação do também otorrino Dr. João Paulo, da anestesista Dra. Caroline Brandão Azevedo e das fonoaudiólogas Juliana Pizzani, Carla Fortunato e Camila Rosa. A operação contou ainda com o apoio da equipe multiprofissional do hospital.

O implante coclear é indicado para pessoas com perda auditiva severa, especialmente crianças com surdez congênita ou adultos que perderam a audição e não obtiveram melhora com aparelhos auditivos convencionais. O dispositivo eletrônico substitui a função da cóclea (estrutura interna do ouvido responsável pela audição), permitindo que o paciente volte a perceber sons.

A tecnologia do implante é composta por duas partes: uma interna, com chip e eletrodos inseridos na orelha interna, e outra externa, que capta os sons do ambiente por meio de um microfone e os transmite por sinal FM ao componente interno. O implante é ativado cerca de 30 dias após a cirurgia, iniciando-se então o processo de reabilitação auditiva com sessões de fonoterapia.

Para o Dr. Alexandre Ordones, a realização do procedimento representa um marco. “É um sonho realizado. Com esse tipo de cirurgia, conseguimos garantir o desenvolvimento da linguagem para as crianças e, para os adultos, a chance de voltar a ouvir normalmente”, declarou.

O médico reforçou a importância do teste da orelhinha, que detecta precocemente a surdez congênita e é oferecido gratuitamente pelo SUS na própria Santa Casa de Passos. "Esse diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento o quanto antes", destacou.

Com a realização do procedimento em Passos, pacientes da região agora têm a oportunidade de acessar um tratamento de alta complexidade auditiva sem precisar se deslocar para grandes centros, o que representa um ganho significativo em acessibilidade e qualidade de vida.